quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ecdise em artrópodes


Ecdise em artrópodes


Artrópodes animais dotados de exoesqueleto quitinoso e apêndices articulados. Corpo metamerizado, com vários segmentos fundidos, Simetria bilateral.
 Uma das características principais dos artrópodes, que permite diferencia-los de outros animais é o seu exoesqueleto quitinoso ou cutícula que percorre todo o seu corpo. A cutícula pode ser fina e flexível (como nas larvas dos insetos), mas é em geral relativamente espessa e rígida.
A pesar de suas vantagens na sustentação e locomoção, um esqueleto externo apresenta problemas para um animal em crescimento. A solução evoluída dos artrópodes foi a eliminação periódica do esqueleto, um processo chamado muda ou ecdise.

                                                         














 Sequência de uma eclidse em crustáceo
   
 Para crescer, um artrópode precisa abandonar. O exoesqueleto e produzir um maior, ajustado ao novo tamanho do corpo. Essa “troca de casca", que os cientistas denominam muda ou ecdise, ocorre periodicamente e durante a vida do animal.Durante a muda a epiderme se solta do exoesqueleto e um novo exoesqueleto começa a ser produzido sob o antigo. Quando o novo exoesqueleto termina de se formar, o exoesqueleto antigo se rompe ao Longo do doÌso e o animal sai de dentro dele. Por ser flexível, o exoesqueleto recém-formado permite que o corpo cresça durante um curto período de tempo. Depois disso o exoesqueleto e crescimento cessa.                                                                        

 

                                                   
 O delicado ciclo de muda é controlado por, pelo menos, dois hormônios: o hormônio da muda ou ecdisona, e o hormônio inibidor da muda (MIH, do inglês Moulting Inhibitor Hormone).
A substância precursora do hormônio da muda é secretada pelo orgão-Y, uma pequena glândula par localizada no segmento das maxilas ou das antenas. A ecdisona, que é derivada do colesterol, é então transportada pela circulação até outros tecidos do corpo, onde é convertida em sua forma ativa, a 20-hidroxoecdisna. Quando os níveis de ecdisona e de 20-hidroxoecdisna na circulação alcançam seu pico, os níveis de MIH estão correspondentemente baixos, e a muda ocorre.
O hormônio inibidor da muda é secretado pelo órgão-X, localizado no pedúnculo ocular, e armazenado na glândula do seio. Muitas evidências apontam que o MIH inibe a atividade secretora do órgão-Y, mas este hormônio pode ainda inibir a conversão da ecdisona em 20-hidroxoecdisna nos tecidos ou agir como antagonista dos efeitos do hormônio da muda. No entanto, quando os níveis do hormônio inibidor da muda estão altos, os níveis de 20-hidroxoecdisna estão baixos.

Antes de o esqueleto antigo ser eliminado, a epiderme secreta pro-enzimas (precursores enzimáticos inativos) na base do esqueleto. A epiderme agora se destaca do esqueleto e secreta uma nova epicutícula. As pro-enzimas secretadas inicialmente ativam-se para formar a quitinase e a protease que digere a endocutícula não- curtida. Os produtos da digestão são agora absorvidos através da nova epicutícula. com a erosão da endocutícula velha, a epiderme secreta uma nova prócutícula por baixo da velha.
Nesse ponto, o animal fecha-se dentro tanto do  esqueleto velho como do novo. O esqueleto velho divide-se agora ao longo de certas linhas predeterminadas, e o animal retira-se de dentro do envoltório antigo. O esqueleto novo é mole e comumente enrugado, e estica-se para acomodar o tamanho aumentado do animal. O esticamento é realizado pela pressão sanguínea, facilitado pelo consumo de água ou de ar pelo animal. O endurecimento da nova cutícula resulta no curtimento da proteína e do esticamento. Pode-se acrescentar uma pró-cutícula adiciona-la pós a ecdise, e em alguns artrópodes (como os insetos), as adições são feitas até a epicutícula pelas secreções através dos canais dos poros.


Referências:  

Zoologia dos Invertebrados 6Ed - Ruppert & Barnes

 Biologia dos Organismos VOL. 2 - AMABIS e martho